A membrana epirretiniana é uma patologia ocular que consiste no desenvolvimento de uma membrana celular translúcida sobre a área central da retina (mácula). A mácula consiste na área nobre, localizada no centro da retina, o que nos permite ver claramente os detalhes finos. Quando esta membrana se contrai, produz distorção do tecido retiniano e deformação progressiva da retina com a consequente alteração visual.
As membranas epirretinianas afetam cerca de 2% da população, a partir dos 50 anos.
O seu aparecimento pode ser idiopático ou secundário a trauma, patologias retinianas vasculares (retinopatia diabética ou trombose venosa da retina) e após cirurgia oftalmológica.
A sintomatologia mais frequente consiste na perda da visão e a distorção das imagens (também designado de metamorfopsia). Numa fase inicial, o doente queixa-se de uma pequena distorção das imagens bem como leitura de linhas onduladas. Quando a tração exercida pela membrana aumenta, a visão piora a nível qualitativo e quantitativo. Nos casos mais graves, uma área central pode ficar seriamente afetada (escotoma), mantendo-se a visão periférica.
O diagnóstico realiza-se através do exame da retina com a lâmpada de fenda e avaliando-se o grau de evolução através da tomografia de coerência óptica (OCT). Este teste permite quantificar a distorção gerada na superfície da retina.
Numa fase inicial recomendam-se controlos regulares com o exame de OCT. Quando há uma diminuição progressiva da visão, ou se a percepção de distorção dos objetos aumenta, a membrana pode ser removida através de uma cirurgia da retina (vitrectomia). A membrana é separada da superfície da mácula, de forma delicada. A mácula retoma a sua anatomia e a visão recupera progressivamente, após a remoção desta estrutura.